sábado, 14 de março de 2020

Pedalar de Coimbra às Caldas...ao longo da linha do Oeste


De bicicleta ao longo da linha do Oeste
                                                                                                        
A maioria de nós, quando viaja de comboio, passa por locais que gostaria de visitar um dia. E a linha do Oeste, ao longo dos seus mais de 200km, tem muitos motivos de interesse… e a bicicleta é um excelente meio de visitar esses locais, nalguns casos locais inacessíveis aos automóveis.




Há uns meses atrás viajei de comboio até Coimbra, pela Linha do Oeste e ao apreciar a paisagem, idealizei logo que um dia haveria de fazer aquele trajeto de bicicleta. Nas semanas seguintes fui preparando um percurso que me permitisse pedalar por caminhos e estradas secundárias, sempre próximo da linha do comboio.


 

E há algumas semanas atrás pus-me ao caminho...

Na estação das Caldas apanhei o comboio das 11h15 em direção a Coimbra B e duas horas depois já estava na estrada a pedalar de regresso a casa, percorrendo os cerca de 170km do percurso em duas etapas.

Os primeiros quilómetros foram feitos numa tranquila estrada entre o Choupal e o rio Mondego e foi sempre com o rio Mondego por perto que cheguei a Alfarelos.


Logo a seguir à estação de Verride ninguém fica indiferente às ruínas do imponente Mosteiro de Verride, que está ao abandono desde o final do séc. XIX, altura em que o rei D. Pedro IV  decretou a extinção das ordens religiosas masculinas.


Mais à frente, a passagem pela estação da Amieira foi outro momento especial, pois esta estação como que parou no tempo, já que conserva intacta a decoração de há várias décadas atrás, quando servia a estância termal Banhos d´Amieira que teve o seu período o áureo na primeira metade do séc. XX e hoje está completamente em ruínas.





 Aproveitando as águas termais que jorram livremente, a autarquia de Soure construiu junto à estrada uma pequena piscina de acesso livre.


Já próximo do final da etapa fui surpreendido por outro monumento imponente, também em ruínas, o Mosteiro do Louriçal.


 



E a primeira etapa terminou em Coimbrão, aldeia próximo de Monte Redondo, onde pernoitei num tranquilo camping no meio da povoação.



 Na segunda etapa, a primeira paragem foi na conhecida estância termal Monte Real e a partir daqui e até à estação de Leiria, continuei por um estradão de terra pelos Campos do rio Liz.


Foi por estradas secundárias que atravessei a Marinha Grande, onde a estação fica em pleno epicentro da indústria vidreira.


Em Pataias, a “mega” fábrica de cimento foi estrategicamente construída mesmo ao lado da estação do comboio. Continuei pelos pinhais até Valado dos Frades.




 A partir daqui o pinhal deu lugar às várzeas do Vale da Cela e entretanto cheguei a S. Martinho do Porto, o único local da linha do Oeste que quase toca o mar.


E pelos pinhais de Salir do Porto e Chão da Parada percorri os últimos quilómetros até à estação das Caldas da Rainha.


O principal balanço que faço desta viagem é que ao longo da linha do Oeste existem diversos motivos de interesse e que a combinação entre o comboio e a  bicicleta permite explorar de ângulos diferentes todo este património. Quem sabe se um dia neste percurso possa vir a ser criada a Grande Rota da Linha do Oeste…


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