quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Costa da Galiza em bicicleta (Agosto 2013)

                           Costa da Galiza e Minho em bicicleta

3 a 11 de Agosto de 2013

 
 


Etapas

3 Ago
Ribadeo – Foz
36km
4 Ago
Foz – Valdoviño
138 km
5 Ago
Valdoviño - Sada
87km
6 Ago
Sada – Malpica de Bergantinos
95km
7 Ago
Malpica de Bergantinos- Finisterra
94km
8 Ago
Finisterra – Boiro
117km
9 Ago
Boiro – Redondela
110km
10 Ago
Redondela –(La Guarda) – Ofir
134km
11 Ago
Ofir – Porto - Aveiro
144km

                                                                                            TOTAL    955km

INTRODUÇÃO
Em 2012 iniciámos o projeto da Volta à Península Ibérica em bicicleta, pedalando pela costa norte de Espanha desde Irun até Ribadeo, que coincide com o caminho de Santiago do Norte, por isso, em Ribadeo  continuámos até Santiago de Compostela.
Em 2013 o desafio foi recomeçar em Ribadeo e pedalar 760kms pela Costa da Galiza até à fronteira com Portugal. Como ainda tínhamos 2 dias, continuámos até Aveiro onde apanhámos o comboio de regresso a casa, o que deu um total de 955kms.

Etapa 1 Ribadeo – Foz  (36km)
Saímos das Caldas da Rainha por volta das 7h30 da manhã e percorremos de carro os 650km que distam até à cidade de Ribadeo onde chegámos às 16h15 (hora de Espanha).Estamos muito agradecidos ao João e à Anabela que nos deram boleia até ao ponto de partida. Equipámo-nos, montámos os alforges nas bicicletas e começámos a pedalar às 17h00.
 
Foi um percurso tranquilo de 36km até à Foz, quase sempre plano e à beira do mar. Pelo caminho passámos por um antigo viveiro de peixe, por belas e tranquilas praias, envolvidas por campos verdejantes e muitas vivendas sobre o mar.
 
Existe uma espetacular ciclovia que passa pelas várias praias da região, das quais a mais bela e famosa é a praia Las Catedrales, que deve o seu nome turístico à forma peculiar das arribas no lado oriental, cuja forma faz lembrar uma catedral medieval devido aos arcos naturais, os quais só é possível apreciar a pé durante a maré baixa, pois durante a maré alta as grutas e parte dos arcos estão submersos.
 
 Etapa 2   - Foz – Valdoviño  (138km)
Como ontem nos deitámos tarde, hoje só começámos a pedalar pelas 10h00. Continuámos a passar por belas praias encaixadas entre falésias e rochas, como a praia da Areoura.
 
 
Passámos em Nois e em O Vicedo onde comprámos comida numa padaria, pois como era domingo estava tudo fechado. Próximo de Lieiro, passámos por uma grande fábrica de alumínio e por uns viveiros de peixe. Mais à frente na praia de Morás tomámos um banho e almoçámos numa sombra à beira-mar. Depois de passar Ortigueira havia a opção de visitar Estaca de Bares, o cabo mais a norte da península ibérica, mas não fizemos essa opção e continuámos em direção à praia do Porto do Barqueiro.
 
O objetivo era acampar em Cedeira, onde chegámos ao anoitecer. Decidimos jantar primeiro e depois procurar o camping. Mas constatámos que parque de campismo mais próximo ficava a 20 quilómetros, em Valdoviño. Ligámos as luzes e pedalámos mais 1h15 até Valdoviño, onde chegámos pelas 23h00. Montámos acampamento, tomámos um banho e enfiámo-nos na tenda, pois foi um dia muito cansativo. pedalámos 140km  num caminho muito ondulado e com subidas prolongadas... mas também espetaculares descidas.


Etapa 3  - Valdoviño – Sada  (87km)
Começámos a pedalar às 9h00 e voltámos a ter um dia duro com muitas subidas e alguns quilómetros sem ver o mar.  A cidade de Ferrol já se avistava ao longe, mas optámos por seguir pela costa e foi uma boa aposta, pois passámos por locais muito bonitos numa estrada secundária com espetaculares vistas para o mar e via-se La Coruña ao fundo. Foi espetacular a entrada na ria de Ferrol, guardada por duas imponentes fortalezas.
 
Chegámos a Ferrol pelas 15h00 e almoçamos nuna "tasca" da feira medieval, que estava a decorrer no jardim da cidade. Descansámos um pouco e continuámos pela N 651 passando por Pontedeume e por Miño. Quase ao final da tarde começou a chover e quando houve uma aberta procurámos chegar ao parque de campismo mais próximo, que ficava perto da praia de Sada.
 
Etapa 4 – Sada-Malpica de Bergantinos  (95km)
Levantámo-nos cedo, mas tivemos que esperar pelas 9h00, hora a que o rececionista se levantou. O dia acordou cinzento e a ameaçar chuva. Descemos até à cidade de Sada onde comprámos comida e tomámos o pequeno almoço no jardim.
 
Seguimos por Oleiros em direção à Coruña.  Atravessámos a cidade em direção ao centro histórico. Visitámos a Torre de Hércules (sec.II) - o farol  mais antigo do mundo ainda em funcionamento - e passámos pela bela praia da cidade, onde fizemos uma paragem para almoçar.
 
A partir daqui entramos na chamada Costa da Morte, assim chamada devido aos inúmeros naufrágios aqui ocorridos devido à traiçoeira costa rochosa.
 
Saímos da Coruña para oeste em direção às praias e o objetivo era chegar a Malpica de Bergantinos, onde havia um parque de campismo. Foi uma viagem muito agradável, com paisagens magníficas, sempre com o mar ao nosso lado. No fim de cada curva éramos surpreendidos por mais uma bela praia ou uma paisagem grandiosa. Espetacular a vista sobre a península onde fica a povoação e praia de Caión e muito bonitas as praias de Barrañan e de Alvite.
 
 
A seguir à praia de Razo optámos por seguir por um caminho de terra (a ruta dos pinos do mar) , por ser mais perto do mar e foi uma pequena aventura, pois o caminho era muito estreito e acidentado, com silvas e lama nalguns troços e algumas subida realmente duras e prolongadas.  Ficámos com alguns arranhões, mas a paisagem era espetacular. Ao fundo via-se a ilha de Sisarga.
 
Em Buño passámos por uma feira de louça tradicional da região e uns quilómetros depois chegámos à praia de Malpica de Bergantinos, que fica mesmo no final de uma comprida descida,  com prédios altos de cada  lado da estrada que tapam completamente a vista da praia.
 
O sol estava quase a pôr-se quando chegámos à praia de Malpica. Comprámos comida e voltámos a subir, pois o parque de campismo de Sisargas, tranquilo, espaçoso e com muitas sombras, ficava uns quilómetros afastado da cidade. Chegámos ao parque já o sol se tinha posto. No restaurante do parque havia um menú a 7€, pelo que decidimos comer no restaurante e guardar a comida comprada para o dia seguinte. Eram 23h30 quando fomos dormir.

Etapa 5  - Malpica de Bergantinos- Finisterra  (94km)
Depois de um boa noite de sono, apesar de ter caído alguma chuva durante a noite, levantámo-nos e desmontamos o acampamento quando parou de chover. Tomámos o pequeno almoço no parque, pois tínhamos comida do dia anterior. Durante a manhã, por causa da chuva tivemos que nos abrigar várias vezes, o que atrasou um pouco a viagem.
 
Optámos por estradas secundárias até Ponteceso e daí continuámos junto à costa até Laxe. É uma costa muito montanhosa e recortada, que de vez em quando nos surpreende com mais uma bonita e  tranquila praia. Em Ponte do Porto fizemos uma paragem para almoçar.


Dali seguimos em direção a Muxia, vila situada numa língua de terra que entra pelo mar e que é local de passagem obrigatória para os peregrinos de Santiago que culminam o caminho em Finisterra. De entre os edifícios religiosos, o mais conhecido é o Santuário da Virgem da Barca, local de peregrinação desde o século XI e que atualmente, durante a Romaria da Barca, combina celebrações religiosas e pagãs.



Continuámos por estradas tranquilas e com belas paisagens,  que de vez em quando nos deixavam ver o mar.

 
Passámos perto do cabo de Touriñan, que dizem ser um dos mais bonitos da Costa da Morte. Ao fim da tarde chegámos a Cee e descemos até à praia e porto de Corcubión que dá nome ao estuário que nos acompanha até ao cabo Finisterra. Ainda faltavam 7km para o parque de campismo, que ficava à frente de uma bela praia, na estrada entre Corcubión e Finisterra, onde chegámos ao pôr-do-sol. A visita a Finisterra ficaria para o dia seguinte.


Etapa 6  - Finisterra – Boiro  (117km)
O dia amanheceu com sol e o céu limpo. Saímos do parque às 9h20 em direção ao cabo Finisterra, sempre ao lado do mar e passando por belas praias. Em Finisterra visitámos o farol e alguns locais de grande simbolismo para os peregrinos de Santiago, como a “bota do peregrino” e o local onde os peregrinos queimam objetos que transportaram durante o caminho de Santiago. Comprámos algumas lembranças e regressámos a Corcubión pelo mesmo caminho.
 
Continuámos à beira mar, sempre com belas paisagens e o mar sempre ao nosso lado.  Muito bonita a praia de Vouga. Pedalámos mais 40km até Muros, onde parámos para almoçar num jardim e estivemos à conversa com um velho peregrino com um ar muito hippie, que nos falou das suas peregrinações a santiago e que era muito crítico em relação à excessiva comercialização dos Caminhos de Santigo.
 
E a viagem continuou, sempre com vistas fantásticas que nos faziam esquecer as subidas e os quilómetros percorridos. Ao longe ainda se avistava o cabo Finisterra, até que virámos para sul em direção a Muros.
 
Ainda passámos pela praia de Carivota e em Noia deixámos a costa e atalhámos para o interior em direção a Boiro onde chegámos ao final do dia, ainda a tempo dar um salto à praia para um mergulho. Jantámos uns hamburgers e uns pimentos de Padrón no restaurante do parque de campismo.


 
Etapa 7 Boiro – Redondela  (110km)
Saímos do camping em direção a Rianxo e andámos alguns quilómetros afastados da costa até chegarmos à entrada da Ria de Arousa. A ria de Arousa tem uma forte ligação às peregrinações de Santiago, pois de acordo com a lenda, foi por aqui que entrou a barca que levava os restos mortais do apóstolo Tiago em direção a Padrón.
 
 Da ponte sobre o rio Ulla avistam-se as ruínas de um antigo castelo Viking e as réplicas de alguns barcos vikings. Continuámos até à Vila Garcia de Arousa, sempre à beira da ria. Em Vila Nova de Arousa, comprámos comida e fomos para a praia que fica em frente da ilha de Arousa, onde depois de um banho, almoçámos e dormimos a sesta.
 
Depois seguimos até Cambados e daí até à muito movimentada praia de Sanxenxo, com muitas praias de água transparente e a costa repleta de vivendas debruçadas sobre o mar.
 
Uns quilómetros à frente e numa praia mais tranquila fizémos uma paragem para tomar mais uma banhoca e descansar, pois estava muito calor. Estávamos a 15 quilómetros de Pontevedra e foi num ápice que lá chegámos. Visitámos o centro histórico e tomámos uma bebida numa esplanada. Mas como o objetivo era chegar a Redondela, apanhámos a N 505, passámos por Arcade e chegámos ao parque de campismo pouco antes do pôr do sol, ainda tempo de tomar um banho na ria de Vigo, mesmo em frente da ilha de San Simon.
 
Etapa 8 - Redondela –(La Guarda) – Ofir
Desmontámos acampamento e tomámos o pequeno almoço no centro de Redondela. E seguimos em direção a Vigo. A estrada tem vistas magníficas sobre a ria. 
 
Atravessámos a cidade de Vigo e na zona ribeirinha estava a decorrer um festival de skate e BMX. Continuámos junto às praias que às 10h da manhã já estavam apinhadas de gente. Mais à frente apanhámos a ciclovia que passa pela baía de Tiguan e continua até Baiona.
 
Em Baiona fizemos uma paragem para comprar umas deliciosas empadas e almoçámos mesmo em frente ao mar. Depois continuámos sempre à beira mar pela espetacular ciclovia que liga Vigo até La Guarda. Descemos até à estação dos ferry, à beira do rio Minho. Enquanto esperávamos pelo ferry  bebemos uma coca-cola e comemos umas uvas. Ao passar a fronteira, terminava a viagem pela costa da Galiza, durante a qual pedalámos 760kms.
 
Entrámos em Portugal pelas 17h00 e pedalámos até à praia da Foz. Depois atravessámos a mata em direção à praia do Moledo, onde parámos para um mergulho. Continuámos por um caminho de terra à beira mar  que nos levou até Vila Praia de Âncora, onde apanhámos a N 13 em direção a Viana do Castelo. Depois de uma breve visita à cidade, atravessámos a ponte Eiffel e continuámos com destino a Ofir onde ficava o parque de campismo onde pretendíamos ficar. A determinada altura aproximámo-nos de 2 ciclistas de estrada que nos quiseram “despejar”, o que motivou um interessante despique durante vários quilómetros (apesar de já termos 120kms nas pernas e o peso das nossas bicicletas rondar os 25kg) a rolarmos a mais de 30km/h ...e não nos conseguiram fazer descolar. Chegados ao parque, montámos acampamento e jantámos uns deliciosos secretos de porco preto num restaurante mesmo em frente do parque de campismo.
 
Etapa 9  - Ofir – (Porto) – Aveiro  (144km)
Tomámos o pequeno almoço no bar do parque de campismo, enquanto esperávamos pela hora de abertura da receção. Tentámos pedalar junto à costa, mas as estradas eram todas em paralelo e com muita trepidação, pelo que voltámos à N 13. Só perto da Póvoa do Varzim voltámos a apanhar uma  excelente ciclovia. A praia da Póvoa é enorme e como era domingo, havia muita gente na praia e a caminhar ou andar de bicicleta no "calçadão". A partir de Vila do Conde acabou-se a ciclovia e voltámos à N 13 em direção a Matosinhos, onde almoçámos umas deliciosas sardinhas assadas.
 
 Atravessámos Leixões e a caminho da Foz do Douro voltaram as ciclovias à beira-mar. Entrámos no rio Douro, passámos pela Ribeira do Porto repleta de turistas e atravessámos o tabuleiro inferior da ponte D. Luís até Vila Nova de Gaia, que tem espetaculares vistas para a cidade do Porto.
 
Acompanhámos o rio Douro  até à foz durante cerca de 5km e partir daqui foram 20km de ciclovias espetaculares até Espinho. Próximo desta cidade pedalámos alguns quilómetros num passadiço de madeira. A partir de Espinho o objetivo era chegar a Aveiro a tempo de apanhar o comboio regional com destino a Santarém, onde estava a nossa boleia para casa.
 
Balanço
Foi uma viagem espetacular em todos os aspetos. A paisagem é deslumbrante, as praias magníficas, algumas muito tranquilas. Visitámos grandes cidades como Ribadeo, Ferrol, Corunha, Pontevedra e Vigo. No que se refere às dormidas acampámos sempre, mas no norte da Galiza existe uma menor oferta de parques de campismo, o que condiciona os locais de fim de etapa.
 
Em relação às refeições, só à noite jantávamos em restaurante. Durante o dia comprávamos comida em supermercados e comíamos tranquilamente em jardins ou junto às praias. Os meus companheiros de viagem foram espetaculares. Reinou sempre a boa disposição e um perfeito entendimento em relação  a todos os aspetos, mesmo nos momentos de algum stress ou de maior cansaço. E as bicicletas também se portaram muito bem, pois não se registaram quaisquer avarias.
 
Próximas etapas
O projeto Volta à península Ibérica  vai continuar no próximo Outono. Em Outubro, iremos pedalar entre  Espinho e Caldas da Rainha (240km), atravessando a ria de Aveiro em S. Jacinto. E no Carnaval ou na Páscoa iremos concluir a costa de prata e continuar pela costa alentejana e  algarvia.
 
Vítor Milheiro
 

 
 

sábado, 2 de fevereiro de 2013

O Canal du Midi (França)


O Canal du Midi

O Canal du Midi ou Canal dos Dois Mares, situa-se em França e é o mais antigo e prestigiado canal artificial da Europa ainda em funcionamento.
 
 
Foi projetado e construído no século XVII por Pierre Paul Riquet, durante o reinado de Luís XIV, para ligar Garonne ao Mediterrâneo, abrindo assim uma via navegável entre o oceano Atlântico e o mar Mediterrâneo para transporte de mercadorias, evitando os barcos terem que contornar a Península Ibérica.
 
 
O canal foi inaugurado em 1681 e está classificado pela UNESCO como Património da Humanidade desde 1996.
Ao longo do seu percurso de 240km, entre Toulouse e a praia de Marseillan, foram construídas inúmeras pontes, eclusas, túneis e aquedutos. O Canal tem cerca de 20m de largura e uma profundidade média de 1,4m.


Para vencer os desníveis do terreno foram construídas 63 eclusas, das quais as mais espetaculares são as eclusas de Fonserrannnes, 7 eclusas em escada para vencer os 21,5 de desnível, à entrada da cidade de Béziers.

Eclusas de Fonserrannes (Béziers)

No século XIX, com o desenvolvimento do caminho de ferro, o canal perdeu muita da sua importância económica e hoje tem uma vocação exclusivamente turística. Estimam-se em cerca de 50 000, os turistas que todos os anos visitam o canal, de barco ou de bicicleta.

As margens do canal são totalmente cicláveis, na sua maioria em pistas de terra batida. No verão o calor não é grande problema, uma vez que os milhares de plátanos centenários plantados ao longo das suas margens, para consolidar as margens e evitar a evaporação da água, oferecem deliciosas sombras.


Ao longo do canal existem muitos motivos de interesse, pitorescas aldeias, pequenos portos, belas pontes e muitas esplanadas a convidar a momentos de lazer. Atravessa regiões como o Languedoque, Aube e Minerve, e passa por cidades e vilas de importância económica e histórica,  como Toulouse, a quarta cidade da França, onde o Canal du Midi se liga o rio Gerona, e que é conhecida pela qualidade das suas escolas profissionais e universidades e também pela  indústria  aeronáutica,  espacial e eletrónica.
 
Castelnaudary uma simpática vila onde o canal se espraia num bela lagoa
 
Cidadela de Carcassonne
 
Carcassonne espetacular cidade onde a imponente cidadela medieval (património mundial da Unesco desde 1997) assume posição de destaque na margem direita do rio Aude.

Homps
 
 Homps e Le Somail, povoações ribeirinhas com grande movimento no verão devido aos muitos barcos que ali fazem paragens; Narbonne, cidade cujas origens remontam ao império romano, está ligada ao Canal du Midi e ao rio Aude através do Canal de la Robine.
Pont-Canal d'Orb em Béziers
 
Em Béziers, logo a seguir às eclusas de Fonserrannes, o Canal du Midi  atravessa o rio Orb pelo  imponente aqueduto Pont-Canal d’Orb. Esta cidade também é conhecida  pela bela Catedral de St. Nazaire,  pela Pont Vieux  e pela feira anual  de touros, que no mês de Agosto traz a Béziers mais de 1 milhão de visitantes.
 
Béziers - a Catedral de St. Nazaire e a Ponte velha
 
 Agde, a “pérola negra” do Mediterrâneo, outrora importante na pesca e no comércio marítimo, é hoje conhecida como estância balnear e como porto turístico; e a movimentada estância balnear de Marseillan onde o Canal du Midi se encontra com o mar Mediterâneo.

O Canal du Midi de Barco

É enorme a oferta de barcos-hotel e existem algumas dezenas de operadores náuticos na região, com uma oferta de mais de 450 embarcações.
 
A maioria destas pode ser alugada e conduzida sem licença. A velocidade máxima permitida no canal é de 8km/hora. Estes barcos podem transportar entre 6 a 12 pessoas, e há vários programas (semana, fim de semana, 4 dias, só ida, ou ida e volta). Um programa de 4 dias num barco para 8 pessoas custa cerca de 900€, enquanto uma semana  custa cerca de 1600€.  Há também a possibilidade de alugar os tradicionais “péniches”, autênticos hotéis flutuantes com tripulação.
 

Juntamente com o barco podem ser alugadas bicicletas, para os turistas fazerem passeios junto ao canal ou para se deslocarem às aldeias e vilas ribeirinhas.

Um programa interessante é fazer a ida de barco e o regresso de bicicleta.

Barco NICOLS 1000 com capacidade para 8 pessoas

O Canal du Midi de bicicleta

 
São milhares os ciclistas que durante o Verão, percorrem os magníficos trilhos nas margens do Canal du Midi. Famílias inteiras, casais com os filhos, grupos de amigos e também cicloturistas portadores de deficiência com bicicletas de pedalar com as mãos.
 
 
Como o percurso é sempre plano, a tarefa de levar a bicicleta carregada com alforges ou com atrelados, não se torna muito complicada.
Há quem faça passeios de um só dia, mas a maioria pedala durante vários dias e em autonomia.
Ao longo do canal o ambiente é muito descontraído, as pessoas são simpáticas e saudam-se sempre que se cruzam com ciclistas ou com barcos.
A passagem pelas eclusas é sempre um momento de animação e um bom local para uma pausa para descansar, merendar ou conversar com os outros turistas.
 
 
 
No que se refere a alojamento, há uma grande oferta. Alguns optam por ficar em parques de campismo, outros pernoitam nas margens do canal. E há quem prefira o conforto de um quarto de hotel. Outra excelente opção é o aluguer de quartos numa das pitorescas povoações junto ao canal.

Aos ciclistas recomenda-se o sentido Toulouse-Marseillan, porque segue a favor do vento durante maior parte do tempo.

Etapas de bicicleta

Quanto às etapas recomendadas, estas dependem do nível físico dos participantes, dos seus objetivos  e também da bagagem que transportam.
 
Aqueduto do Canal du Midi sobre um rio

Ciclistas menos treinados, que pretendam viajar em autonomia com paragens frequentes para descansar e confraternizar com os outros ciclistas, devem programar etapas diárias entre  30 a 40 km, o que dará cerca de 4 horas a pedalar. Se pretenderem fazer tranquilamente a totalidade do Canal du Midi, de Toulose a Marseillan, devem planear as seguintes etapas:

1 - Toulouse – Vilefranche Lauragais

2  - Vilefranche Lauragais – Bram

3 -  Bram – Trébes

4 - Trébes -  Le Somail

5 - Le Somail – Argeliers

6 - Argeliers -  Béziers

7 - Beziers – Marseilhan

Ciclistas mais treinados, facilmente pedalarão a médias próximas dos  20km/hora. Mas para usufruir do ambiente e das pessoas que passeiam pelo canal, não deverão fazer etapas superiores a 70km diários e poderão percorrer todo o canal em 4 dias.

1 – Toulouse- Castelnaudary

2 – Castelnaudary – Trébes

3 – Trébes – Le Somail

4 – Le Somail – Marseilhan

Para regressar ao ponto de partida (onde ficaram os carros), a forma mais rápida é o comboio, que permite o transporte de bicicletas sem custo adicional.

 
Para obter mais informações sobre o Canal du Midi recomendo a consulta do livro “ Le Canal du Midi à Vélo” (Philipe Calais) e o Guia Oficial du Canal du Midi, (www.plan-canal-du-midi.com ).

 

Vítor Milheiro

A estrada N 222 de bicicleta

INTRODUÇÃO A estrada N 222 tem 226km de extensão e liga Vila Nova de Gaia a Almendra (perto de Foz Côa). Atravessa uma das mais belas regi...