O Caminho
Português da Costa
De Caldas da Rainha a Santiago de
Compostela de bicicleta (550km)
Pedalar das Caldas da Rainha até Santiago de Compostela foi o
desafio a que me propus no início deste verão, na companhia dos meus amigos
Nuno Faria e Alfredo Silva e do meu irmão Luís Milheiro se associou a este desafio acompanhando-nos com o carro de apoio.
Como já conhecíamos
o Caminho Central, que percorre montes e vales por caminhos tranquilos, mas ondulados, (Lisboa, Santarém, Tomar, Coimbra, Porto, Águeda, Ponte de Lima,
Valença, Tui, Pontevedra, Padrón) e é fisicamente mais exigente,
principalmente para quem viaja com alforges …
…este ano decidimos experimentar um itinerário diferente. Escolhemos
o Caminho da Costa que é maioritariamente plano, aproveita as muitas ciclovias
e passadiços existentes na orla costeira portuguesa e galega e durante mais de
400km tem o mar por companhia,
Percorremos um total de 550 quilómetros, que foram divididos
em 5 etapas:
1ª etapa - 118km ……....Caldas da Rainha – Figueira da Foz
2ª etapa - 151km
………..Figueira da Foz - Porto
3ª etapa - 116km
………..Porto - Caminha
4ª etapa - 97km ……..… Caminha - Pontevedra
5ª etapa - 68km ……….. Pontevedra – Santiago
Na 1ª etapa saímos das Caldas da Rainha e por Alfeizerão e Vale da Cela, chegámos à
costa na praia da Nazaré. Depois de
apreciamos as sempre belas vistas do Sítio
da Nazaré, continuámos pela excelente ciclovia Atlântica, que passa em S. Pedro Moel, Praia da Vieira, Pedrógão, lagoa
da Ervedeira e termina 40 quilómetros depois, já próximo da Figueira da Foz, local onde terminámos
esta etapa, tendo pernoitado no simpático Hostel
402.
Iniciámos a 2ª etapa em direção a Buarcos, atravessámos o cabo
Mondego até à praia de Quiaios e
apanhámos a terrível estrada florestal que passa perto da praia da Tocha e segue até Mira. Depois de alguns
quilómetros ao lado da vala de Mira, chegámos ao Cais do Areão, onde a ria de
Aveiro nos passa a fazer companhia por mais de 40km.
Depois de uma sardinhada na Costa Nova, apanhámos o ferry que atravessa o rio Vouga para S.
Jacinto. Continuámos pelas praias da Torreira,
Furadouro, Esmoriz, Espinho, e entrámos nas espetaculares ciclovias do
concelho de Vila Nova de Gaia, (Miramar,
Madalena, Afurada..) que nos conduzem até à margem sul do rio Douro. Já o sol se tinha escondido
há algum tempo quando passámos a ponte D. Luís e o cais da Ribeira e finalmente
chegámos à Pousada de Juventude da cidade do Porto.
Na 3ª etapa o desafio foi percorrer toda a costa minhota, passando
por tranquilas e recatadas praias, e por outras conhecidas e movimentadas como Matosinhos, Mindelo, Póvoa de Varzim, Viana
do Castelo, Vila Praia de Âncora e Moledo. Cruzámos vários rios (Douro, Leça, Cávado, Ave, Lima, Âncora e Minho) e foi ao fim da tarde que
chegámos a Caminha, localidade que se
espraia pela margem sul do estuário do rio
Minho. Pernoitámos no Hostel Arca
Nova.
A 4ª etapa
iniciou-se com a travessia do rio Minho para La Guarda e foi sempre junto ao mar que percorremos a costa de
Vigo, passando pelas praias de Oía, Baiona
e Nínguan e atravessando a enorme cidade de Vigo.
Depois de contornarmos
a ria de Vigo, chegámos a Redondela, localidade onde o caminho se
despede do mar e entronca no Caminho Central. A partir daqui a paisagem mudou
completamente. Em vez do mar passámos a ter a companhia das verdejantes
paisagens da Galiza e o caminho é um sobe e desce de belos e divertidos trilhos,
que percorrem florestas, atravessam tranquilas aldeias rurais e cruzam algumas
cidades.
Depois da Ponte Sampaio e da calçada romana,
percorremos os últimos quilómetros até ao Albergue
de Pontevedra, que fica no início da cidade, mesmo junto à estação
ferroviária.
Na 5ª e última etapa (68km), a primeira paragem foi em Caldas dos Reis, junto à fonte termal.
Em Padron, em dia de feira semanal, comprámos
uns frangos assados e almoçámos junto ao rio
Ulla. Depois de mais uns quilómetros por ondulados e tranquilos trilhos,
começámos a avistar a cidade onde, segundo a lenda estão os restos mortais do
apóstolo Tiago. E foi com alegria e emoção que subimos os últimos quilómetros e
entrámos nas ruelas medievais que conduzem os peregrinos até à Praça do Obradoiro. Depois
de uma breve visita à magnífica catedral, cujo interior estava em obras, comprámos
algumas lembranças e fomos à Oficina do Peregrino
receber a merecida Compostela.
E assim terminou
este desafio, que foi a minha 15ª peregrinação a Santiago de Compostela .
Correu tudo de
acordo com o previsto, sem avarias mecânicas, sem problemas físicos e sempre
com companheirismo e boa disposição.
Um obrigado especial aos meus companheiros
de viagem Nuno Faria e Alfredo Silva, por terem aceite o desafio de me acompanharem
nesta peregrinação e por terem tido sempre uma atitude positiva, mesmo nos
momentos mais duros... e ao meu irmão que foi uma preciosa ajuda e permitiu que viajássemos com pouca bagagem
1 comentário:
Grande Peregrino!
15, é obra!
abraço
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